Arte e religião têm uma semelhança interessante.
Eu sou Nycka Nunes, trabalho como artista visual e fotógrafa fine art.
Dias atrás vi um post de uma pessoa numa rede social frustrada com o filme “A bruxa de Blair”. Eu vi este filme no cinema, e na época não entendi uma coisa que ler sobre a frustração dessa pessoa me permitiu entender. Na época, meu repertório em relação à arte era limitado e meu autoconhecimento também. Eu não entendia a simbologia, intencional ou não, por trás daquele filme. Fui entender quando vi aquele post. Também não percebia a simbologia por trás de muitos outros filmes. Cinema para mim, por muito tempo foi algo pra passar o tempo, não para refletir sobre a vida ou buscar autoconhecimento.
A música também era puramente distração, até eu começar a ouvir músicas com letras que me faziam pensar. Mais tarde, também passei a ler mais sobre alguns músicos que eu apreciava, ler biografias de artistas, ver entrevistas, seguir os perfis de artistas nas redes sociais, e isso foi mostrando outros matizes do trabalho deles.
Vou me limitar aos exemplos de música e cinema porque são formas de arte que todo mundo tem acesso, mas o mesmo raciocínio vale para outras formas de arte.
As pessoas também se relacionam de forma semelhante com a religião. Muitas podem passar a vida toda ouvindo músicas para se distrair, e indo às atividades religiosas por hábito, sem fazer qualquer correlação entre o que é transmitido durante uma cerimônia religiosa e sua vida. Outras, como eu, em algum momento percebem que a arte tem algo a lhes dizer, e a religião também.
A religião é uma ferramenta de desenvolvimento pessoal. A arte também tem seu papel no desenvolvimento pessoal. Mas o papel de ambas só é cumprido quando nos permitimos crescer, ver o mundo com lentes diferentes das que recebemos da nossa família e das pessoas com quem crescemos.
Pense nisso.
Nycka Nunes
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