A obra que vou comentar hoje é "In-Difference". Infelizmente uma tradução do nome original em inglês acaba tirando um pouco o sentido da obra.
Eu sou Nycka Nunes, artista visual, e neste blog falo do meu trabalho artístico e de outros talentos que possuo e também uso para arrecadar fundos para fazer mais arte.
Você pode ver a obra In-Difference nos Destaques do meu perfil Nycka Nunes no Instagram. Link na barra lateral (se você está acessando o blog de um dispositivo móvel, clique nos três tracinhos no canto superior direito da tela para ver as informações que num computador são vistas na barra lateral).
A obra traça contornos de vários rostos, partindo de um cenário onde estamos cercados de pessoas, mas todas indiferentes ao que nos é importante e, portanto, nos sentimos sós.
Quando falo dessa indiferença ao que nos é importante estou falando de questões individuais. Alguns exemplos são quando você desabafa sobre um problema com alguém e só quer sentir-se acolhido e ouvido e a pessoa quer dar soluções para seu problema. Ou quando você quer muito aprender um instrumento musical e as pessoas ao seu redor são brutas, ignorantes e não dão valor à arte, fazendo de tudo para te impedir de atingir seu objetivo.
O azul, que é a única cor usada em toda a obra, em diferentes tons, representa tanto a frieza de quem ignora a individualidade dos outros (geralmente por ignorar a própria) como a calma de quem já passou por isso e aprendeu as lições necessárias.
Os rostos não têm olhos justamente porque não vêem pessoas como indivíduos. Vêem como um conjunto onde existem os "certos" e os "errados". O problema é que essa noção de certos e errados parte de uma postura de imaturidade, não de respeito à individualidade.
Um homem não precisa ser gay ou transexual para usar maquiagem ou peças do guarda-roupa feminino. Nascer numa família que não valoriza a arte não deve nos condenar a viver eternamente em função de ter um emprego, sem tempo para cultivar hobbies ou ter a arte como trabalho. Uma mulher não deve ser obrigada a ter filhos só porque é mulher. Você não é obrigado a seguir a mesma religião ou profissão dos seus pais. Ver as pessoas como um grupo impede de vermos cada indivíduo e as características que o fazem ser quem ele é. E a única forma de saber quem o outro é é através do diálogo sincero.
O outro lado dessa obra é o da união nas diferenças. Por isso eu digo que traduzir o nome não é possível. "In-differece" em inglês seria "na diferença". É saber seu valor sem depender de um grupo (exemplos: movimentos negro, feminista, lgbt+, etc) para sentir-se visto e acolhido. E também não limitar seu ver e acolher a grupos. É sobre autoconhecimento, maturidade emocional, e um respeito mútuo que não é por formalidade, é por genuíno interesse em ver cada pessoa tornar-se sua melhor versão sem depender de rótulos.
No momento estou captando recursos para minha primeira exposição de arte. Gostaria que você contribuísse e convidasse outras pessoas a fazer o mesmo. Para saber mais, leia sobre o projeto "As muitas nuances do amor". Muito obrigada.
Nycka Nunes
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