Hoje quero falar de autoaceitação e rótulos. Estou trabalhando numa obra de arte que “fala” disso, e me deu vontade de escrever a respeito da autoaceitação e desse processo de reconhecer a mim mesma, perceber pontos que quero melhorar e tomar atitudes em relação a isso. É bom celebrar meus avanços nesse sentido.
Eu sou Nycka Nunes, uma profissional com múltiplos talentos (conheça os serviços que ofereço na página de serviços), e neste blog falo de tudo que me der vontade, porque eu o vejo como um canal de comunicação com as pessoas que admiram meu trabalho e querem conhecer o ser humano por trás dele. Além de artista visual, sou privilegiada por ter várias outras habilidades que também uso para ajudar pessoas e empresas, mediante remuneração (e tenho mais experiência nessas outras atividades que como artista visual). Para conhecê-las, leia meu perfil no LinkedIn.
O privilégio de ter múltiplas habilidades veio à custa de muito estudo e foco em aprimoramento constante. Capacidade de autoavaliação e curiosidade sobre múltiplos temas fazem parte de quem eu sou.
Desde o início de 2024 estou fazendo uma mudança gradativa na forma como lido com a criação de conteúdo e organização do meu trabalho. O passo inicial para essa mudança foi criar um planejamento detalhado para meus projetos artísticos. O passo seguinte foi planejar com antecedência os conteúdos pagos no blog e nas redes sociais e criar um planejamento de temas a serem abordados. Estou trabalhando na mudança no perfil do conteúdo sem patrocínios. A mudança vai assustar alguns, mas é necessária.
Decidi escrever este texto porque eu trabalho com marketing há anos, mas sempre fui muito intuitiva ao administrar minha marca pessoal. Achava que isso era importante para deixar a inovação fluir. Agora vejo que uma dose de organização e direção são importantes, mantendo um espaço para novas idéias, novas oportunidades. Decidi usar meu conhecimento no meu próprio trabalho. E a parte estratégica é fácil. O que me deu mais trabalho foi visualizar formas de conciliar objetivos e realidade, ver viabilidade no que tinha em mente. Um desafio constante na mente de pessoas inovadoras. E agora consigo perceber isso claramente.
Em alguns momentos dessa reorganização profissional eu hesitei entre deixar todos os meus serviços disponíveis ou apenas alguns. Decidi deixar todos disponíveis porque eu gosto de compartilhar conhecimento com quem paga por ele e gosto de contribuir com o sucesso de quem contribui para o meu sucesso.
Tenho lido muito sobre superdotação e isso tem me ajudado a lidar com essas dúvidas em relação a disponibilizar ou não todas as minhas habilidades profissionais como serviços. Eu não busco um diagnóstico de superdotação porque, a meu ver, ter um nome para ser como sou seria só uma forma de me justificar pro mundo. Eu não preciso disso. Eu sou como sou e nomear isso não faz diferença na minha vida. Dizem que superdotados nascem assim. Eu gosto de ler desde que sei ler. Mas sendo filha mais velha e tendo crescido num ambiente onde na maior parte do tempo eu não tinha suporte emocional nenhum, talvez eu seja assim porque era mais interessante buscar apoio nos livros que nas pessoas à minha volta. Ter a Dona Benta de Monteiro Lobato como suporte poderia ser melhor que ter algum adulto do meu universo real. Pagar psicólogo pra mim sem que os adultos fizessem terapia não é nada parecido com apoio emocional. E se sua opinião sobre isso for diferente da minha, ela não me interessa. O que eu precisava dos adultos à minha volta, na maior parte do tempo eu não tinha e isso é um fato.
A obra de arte que estou trabalhando no momento fala dessa questão do apego que algumas pessoas têm a rótulos, como se fossemos produtos numa prateleira de supermercado. Eu geralmente não me importo de os outros me chamarem disso e daquilo. Eu não sinto que rótulos sejam uma descrição de mim, por serem reducionistas demais. Eu sou um ser humano e não um pote de geléia. Só podemos conhecer seres humanos conversando com eles, e não julgando através das nossas crenças em relação a nomes usados para descrevê-los. É uma vergonha que tantas pessoas adultas ainda não entendam isso e sequer invistam em autoconhecimento, apenas sigam cegamente repetindo as “verdades" que lhes foram transmitidas por seus pais como se fossem verdades absolutas, como se a vida fosse uma prova de múltipla escolha onde só existe uma resposta certa para cada questão. Pessoas assim são entediantes! Quero mais o brilho das pessoas que buscam descobrir quem realmente são e serem escultores da própria personalidade, como eu faço.
Nycka Nunes
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